sábado, 17 de outubro de 2009
RUA DO TERROR, de Júlio Emílio Braz
Eu estava lendo o blog do colega Victor Meloni, atrás de um de seus densos e misteriosos contos, quando me deparei com a resenha do livro Rua do Terror. Fiquei imediatamente com vontade de ler o livro, mas com ainda mais vontade de postar a crítica aqui na Biblioteca Mal-Assombrada. Para minha satisfação, Victor concordou (e ainda prometeu colaborar com mais resenhas, algo que vou cobrar, rs). Sem mais, fiquem com o excelente texto do Victor:
RUA DO TERROR
Estava eu "garimpando" sôfregamente a biblioteca municipal da minha aconchegante cidade, quando encontro uma pequeno exemplar, surrado pelo tempo, com o insinuante título "A Rua do Terror". Estava na seção infanto-juvenil (A ilha do Dr. Moreau, Frankstein (texto original!), Histórias Extraordinárias (Poe), e muitos outros clássicos do terror também estão nesta seção!!!) em ultimo lugar, na ultima prateleira! Pois bem, peguei-o e fui direto à quarta capa (mania inescapável, admito) e leio o seguinte, no último parágrafo: "Na melhor tradição, porém, de mestres como Poe e Lovecraft..." Opa!!! Pára tudo!!!! Será que eu havia lido mesmo o que li? Voei para a segunda capa!!! Num trecho, o autor escreve: "...tenho, além deste arrepiante grupinho de histórias de terror (ou será terrir?)...". Agora vocês devem estar se perguntando: Peraí!!! Na melhor tradição dos mestres e depois "será terrir?", no mesmo livro? Alguma coisa está muuuuuito errada!
Empurrado por ineludível curiosidade, corri para meu humilde lar e iniciei obsedada leitura do título que se encontrava em minhas ansiosas mãos. Pois bem, aqui vai a impressão deste que vos escreve, sobre as 88 páginas deste volume escrito em 1995, e que abarca 7 contos do universo fantástico:
Por onde andava este sujeito?!!!! Júlio Emílio Braz nos faz o favor de escrever 7 grandes histórias onde o terror clássico passeia elegantemente pelo gênero! A bem da verdade, seu estilo não lembra Poe, tampouco Lovecraft mas, e daí? Sim, e daí? Pois Júlio tem seu próprio estilo. Aquele que só os grandes escritores possuem. Uma peculiaridade que sinaliza o talento inato, a facilidade em usar as palavras para nos seduzir. Coisa de gente grande, não é mesmo? Fui pesquisar sobre o moço na web e descobri que esta foi, ao que me parece, a única obra em que o escritor mineiro perambulou pelo terreno do terror. Puxa vida! Que pena, se assim o for mesmo, pois poderíamos (os apaixonados pelo terror) regozijar ainda mais, caso encontrássemos mais exemplares, deste mestre desconhecido (?), no universo do medo. Bem, aqui vai a relação dos contos e uma brevíssima (quem ficou curioso, corre no estante virtual!!) introdução:
A Turma do Alfabeto: Um grupo de garotos inicia um flerte perigoso com o mundo da magia negra e acaba tendo uma experiência, digamos, perturbadora.
O Homem Velho: Pais insensíveis, mal-agradecidos e com o coração cheio de cruelade merecem o quê, na sua opinião? Pois, os desta história acabaram encontrando algo com uma fome inescrutável! Depois deste conto, todos os pais serão mais amorosos!
Carta para mamãe: Quem disse que já viu tudo sobre vampiros, é porque nunca pôs os olhos neste conto! Dá pra misturar crítica (séria) à relacionamentos familiares, e ainda construir uma história de vampiros das mais originais e sangrentas? Dá sim. Júlio Emilio, que o diga.
Coraçãozinho verde das estrelas: Esqueça Alien e Predador. Esqueça todo ET malvado que um dia você viu nos cinemas e nos livros. Posso estar exagerando, mas o bicho deste conto aqui é o mais insano que já pos os pés (?) neste planetinha infeliz. Ah, aqui, outra vez, Júlio faz uma bela crítica à valores familiares há muito esquecidos.
Bicho-papão: Que título mais besta, não é mesmo? Garanto, não é! Nas mãos de Júlio, o inferno que passávamos, quando crianças, nas mãos desta personagem idiossincrática ganha um novo conceito! O conto todo mescla passagens de tensão com humor, terminado de maneira surpreendente. O motivo do bicho, bem...Quando você ler, dará boas risadas e ficará esperto com armários e afins, muuuuito esperto.
A morada do Demônio Negro: Sabe o Bulling (é assim que escreve?), aquela prática antiga, na qual um garoto era pego "pra Cristo", na escola, e sofria horrores nas mãos de alguns valentões (ou seria covardões?). Física e moralmente? É isso aí! Aqui, o escritor navega nestas águas, oferecendo-nos uma viagem alucinada, na qual torcemos feito loucos para chegar logo ao final, só pra ver os "trogloditas" se fu...E eles se, e como!!! Outra vez, Julio nos faz pensar, aqui sobre as relações de poder e suas sequelas. Lembrei até de Ralph, Jack e porquinho, de O Senhor das Moscas....
Efeitos Colaterais: A industria farmacêuica é inescrupulosa, certo? Muito certo! Mas, toda a indústria? Bem, não sei, mas que alguns laboratórios não medem esforços para verem seus lucros se avultarem, isso é certo. Quem assitiu O Jardineriro Fiel, sabe do que estou falando. e aqui, Júlio nos coloca numa posição provocadora: Você lê a bula do remédio que toma? Já viu o "calhamaço" de efeitos colaterais de uma simples aspirina? A ganância de um farmacêutico, que se deixa seduzir pelos "incentivos" de um laboratório farmacêutico de reputação duvidosa acaba criando uma desgraça (literalmente) inominável. Os detalhes fornecidos pelo escritor chegam a "cheirar", para nossa infelicidade.
Bem, galera, é isso aí. Fiquei abobado com o talento deste escritor, que me fez roer as unhas, pensando, elucubrando: Pô, quando crescer quero escrever assim!!!!
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Li a resenha no blog do Victor, e reli aqui. Vou procurar por este livro, parece ser bom!
ResponderExcluir^.^
bjs.
Eu quero ler o Rua do MEDO
ResponderExcluironde encontro ? :(
Alguém sabe se o conto "Coraçãozinho verde das estrelas" está disponível na web?
ResponderExcluirJulio emilo Braz eo so de uberlandia MG queria falar que vc e uma pessoa exemplar eu esrto estudando seu livro ferlicidade nao tem cor obrigado vc e de mais eu estudo na escola municipal professor ladario teixeira se eu pode ganhar um livro seu o brankan ovingador n°1
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