quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PROGRAMAÇÃO DE HALLOWEEN!!!

Pois muito bem, meus caros usuários (paulistas) da Biblioteca Mal-Assombrada: aqui vai a agenda desse dia das bruxas!

Primeiro, o tão falado (bom, ao menos por mim) lançamento do Galeria do Sobrenatural. Repetindo, será na Livraria Martins Fontes da Av. Paulista, número 509, próximo do metrô Brigadeiro, a partir das 15:00. Estarei lá conversando com o pessoal, dando autógrafos pra quem quiser (já falei que participo do livro? Rsrs), etc. Lembrem-se, também haverá exibição do primeiro episódio da série Além da Imaginação!

Ah, mas espera aí... você está achando que isso é muito pouco? Decidiu que não vai tirar a buzanfa do sofá só para conhecer este humilde escriba? Pois muito bem, criatura exigente, tenho mais para sugerir:

Às 19:00 (ou seja, logo depois do lançamento do livro), tem outro programa imperdível ali perto, na Casa das Rosas: MANSÃO MACABRA - O HALLOWEEN DA CASA DAS ROSAS!!!

Segue o texto oficial da fantástica programação do evento, com direito à noitada para os vampirões e matinê para as crias!

A Mansão Macabra 2009 é dedicada a Edgar Allan Poe, em comemoração ao bicentenário do poeta, com recitais, contação de histórias, apresentações teatrais, música gótica e performances macabras no jardim da Casa das Rosas.

A festa é dividida em dois momentos: a partir das 20h do dia 31 de outubro, um evento especial que atravessa a madrugada e se encerra às 6 horas da manhã. Já no dia 1o de novembro, as crianças podem participar de um evento assustador!


19h – Instalação
Edgar Alone Poet
Às 19 horas do dia 31 de outubro, estará oficialmente aberta a instalação multimídia Edgar Alone Poet, uma homenagem ao bicentenário do poeta, um dos precursores da literatura fantástica moderna. A instalação estará aberta à visitação do público de 31 de outubro a 29 de novembro.


20h – Poesia
Sarau da Casa
O Sarau da Casa comemora o Halloween com a participação dos poetas Luiz Roberto Guedes e Carla Caruso, e do público, que poderá recitar poemas próprios ou de outros autores em nosso sarau aberto. Após as leituras macabras, haverá a apresentação do Blu Jazz Trio (Henrique Messias, Marcelo D'Angelo e Vinícius Pereira). Inscrições para leitura de poemas: na recepção da Casa das Rosas, durante o próprio sarau.


22h – Teatro
O Gato Preto
O conto “O Gato Preto” narra, em primeira pessoa, a sucessão de acontecimentos que levaram um homem aparentemente normal a perpetuar os mais terríveis atos. O conto de Poe está lá. Mas ele não é a peça; é o pretexto, e é a partir dele que a Nossa Companhia Imaginária interroga, critica, força e homenageia o autor que, neste ano de 2009, completaria 200 anos, caso ainda estivesse vivo...
Texto: Edgar Allan Poe. Direção: Eduardo Parisi. Produção: Nossa Companhia Imaginária. Elenco: Andrea Tedesco, Juliana Lacerda, Rodrigo Arijon, Rodrigo Pessin e Luciano Carvalho.
Recomendação etária: 14 anos.


24h e 1h – Visita
Visita assombrada à Mansão Macabra
Durante a madrugada, a Casa das Rosas se transforma numa mansão assombrada, perturbando a paz de espíritos antigos, cujas aparições vagam pelas escadas e quartos e se revelam na visita monitorada, realizada por um estranho anfitrião, aos cômodos, instalações e ambientes mais inusitados da mansão. Com os atores Claudia Gianini, Simone Xavier, Paulo Cavalcante e Fernanda Padilha. (30 pessoas por visita).


2h30 – Poesia
Recital de poemas malditos
A poesia maldita estará presente por meio das leituras de Luiz Roberto Guedes, Luiz Alberto Machado Cabral, Donny Correia, Frederico Barbosa, Martha Argel e Greta Benitez, que interpretarão poemas de Edgar Allan Poe, Baudelaire, Lord Byron, Álvares de Azevedo, Augusto dos Anjos, além de textos próprios.


4h – Música
Banda Interlude
A banda Interlude presta tributo a uma das mais importantes, influentes e admiradas bandas inglesas de todos os tempos: The Cure. Já se apresentou nas mais célebres casas e festas de São Paulo, como Atari Club, Thorns Festival, Café Piu Piu, Morrison Rock Bar, Kazebre, Outs e em outras cidades e estados. Em lugares alternativos e undergrounds ou em palcos tradicionais, procura transmitir a essência e a energia das apresentações da banda original, com um repertório que passeia por toda a extensa carreira do The Cure, do início pós-punk, passando pelo dark, pop perfeito, hard até o psicodelismo.


PROGRAMAÇÃO ESPECIAL NO CAFÉ PANAROMA
Panaroma é uma palavra-valise, presente no livro Finnegans Wake, de James Joyce, que une as palavras “pan” (“tudo”, em grego) e “aroma”, ou seja, “todos os aromas”, e ainda faz um trocadilho com “panorama”. No livro de Joyce, a expressão é Panaroma of all flowers of speech, ou, na tradução de Augusto de Campos: “o panaroma de todas as flores da fala”. Assim se explica por que Panaroma foi o nome escolhido para o café da Casa das Rosas.
Durante a Noite das Bruxas, o café Panaroma ficará aberto até as 3 horas da manhã e servirá um cardápio especial, como massas negras com molhos vermelhos, drinques de sangue (ops!) e outras delícias. Enquanto você saboreia as novidades, serão apresentados filmes,
performances teatrais e de dança.

21h – Dança
Performance no jardim
A Cia Micrantos fará uma performance no jardim da Casa das Rosas que atrairá a atenção de todas as pessoas... e de todos os espíritos.

21h – Cinema
Nosferatu; O homem que ri; O Gabinete do Dr. Caligari
Os filmes expressionistas alemães refletem o sentimento do horror da década de 1920, por meio do cenário perturbador, dos contrastes violentos de claro e escuro, e da distorção da realidade sensorial e lógica, trazendo a atmosfera do pesadelo ao espectador.

0h – Teatro
O engenho mal-assombrado
Tudo começa à meia-noite. No meio do silêncio do velho engenho, os ruídos começam a ser ouvidos. Máquinas enferrujadas e carcomidas pelos anos voltam a rodar e, de todos os lados, surgem vultos que, ao comando do feitor, colocam-se em seus postos de serviço, iniciando o trabalho...
Direção: Roberto Paulino Júnior.

0h30 – Teatro
Nosferatu
Drácula é um conde-vampiro, proprietário de uma velha mansão. É fascinado por uma jovem e virgem donzela que seria a reencarnação de sua antiga amada. Logo após perseguir e seduzir a jovem, que cai em seus braços, transforma-a em uma vampira. Mas terá de enfrentar o médico e ocultista Dr. Van Helsing, um especialista em vampiros que o persegue implacavelmente e que pode acabar com seu reinado de terror.
Direção: Roberto Paulino Júnior.

1h30 – Contação de histórias
Sepultamento prematuro
Alguns temas são terríveis demais para que possam ser usados pela ficção... Ser enterrado vivo é sem dúvida o pior deles! Poe narra enganos ocorridos nos idos de 1800: quatro diferentes episódios de pessoas que morreram e voltaram. Finalmente, acompanhamos de perto um homem que sofria de catalepsia e seus pesadelos: todas as precauções, a reforma do jazigo familiar, os juramentos dos amigos... e seu destino!
Cia. Em Cena Ser
Histórias originais: Edgar Allan Poe.
Adaptação e interpretação: Cristiana Gimenes.
Direção: Andreza Domingues.

2h – Contação de histórias
O poço e o pêndulo
Num de seus contos mais famosos, Poe nos conta, em primeira pessoa, os dias de um prisioneiro da Inquisição, em Toledo. Logo após ouvir sua sentença de morte, ele desmaia e narra tudo o que sentiu depois: a dúvida sobre o que aconteceu com ele, a percepção da situação, o cárcere, os demônios pintados nas paredes, os ratos... e as crueldades que seus carrascos lhe reservaram: o poço e o pêndulo.
Cia. Em Cena Ser
Histórias originais: Edgar Allan Poe.
Adaptação e interpretação: Cristiana Gimenes.
Direção: Andreza Domingues.



MATINÊ MACABRA
RÉ LOU IM NA CASA DAS ROSAS


Saci-pererê, curupira, fantasmas, abóboras e mulas-sem-cabeça farão uma visita inesquecível à Casa das Rosas. O Dia do Saci foi criado em caráter nacional, em 2005, como uma forma de valorizar o folclore brasileiro, já o Halloween é uma data tradicional do calendário celta, levada aos Estados Unidos no século XIX. Na Matinê Macabra da Casa das Rosas, todas as culturas convivem e as crianças só têm a ganhar!

14h – Contação de histórias
História do Curupira
O Grupo Trii – Estêvão Marques, Fê Sztok e Marina Pittier – apresenta músicas e histórias de dar calafrios. Quem aparece neste encontro é o Curupira, protetor das matas, com cabelo de fogo e pés virados para trás. Quem o conhece sabe do que ele é capaz.

15h – Atividades educativas
Brincadeiras de arrepiar
As crianças aprenderão sobre a cultura do Halloween, Dia do Saci, Dia da Bruxa e histórias vindas de diversos países por meio de brincadeiras, como Pega-pega vampiro, Corrida do Saci, Balança caixão, Brincadeira da caveira, atividades plásticas, entre outras. Com os educadores Laiz Hasegaza, Laizane de Oliveira, Mariana Gondo e Alexandre Lavorini.

16h – Contação de histórias
O macaco e a banana
Uma música-história tenebrosamente engraçada, além das músicas "A noite no castelo" (Helio Hiskind) e "Taquaras" (Palavra Cantada) que deixarão todos arrepiados! As músicas de suspense "Murucututu" (Grupo Roda Pião) e “Monstro” (Rumo) vêm para dar mais um arrepiozimmm na espinha. Com Grupo Trii – Estêvão Marques, Fê Sztok e Marina Pittier.

16h – Exibição de filme
Noiva Cadáver
Passado num vilarejo europeu do século XIX, o filme conta a história de Victor (Johnny Depp), um jovem que é arrastado para o outro mundo ao se casar sem querer com a misteriosa Noiva Cadáver (Helena Bonham-Carter), enquanto sua verdadeira noiva, Victoria (Emily Watson), o aguarda desolada na Terra dos Vivos. Embora a vida na Terra dos Mortos se mostre mais animada do que o meio vitoriano em que cresceu, Victor descobre que nada há neste mundo, ou no outro, que possa afastá-lo de sua amada. É uma história de otimismo, romance e de uma alegre vida após a morte, contada no clássico estilo de Tim Burton.

17h – Visita
Visita assombrada à Mansão Macabra
O passeio começa pelo jardim, com ouvidos atentos a sons indefinidos, olhos ligados em movimentos estranhos. O grupo entra pela sala de jantar e procura a passagem secreta que esconde um grande mistério. No porão, o grupo que ainda restou terá uma surpresa... no escuro. Com Fabio Lisboa.

18h – Música
Grupo Musicantes
Pensado e criado por Carlos Kater, o Musicantes é um grupo cujos participantes atuam como músicos, atores, contadores de histórias, dançarinos. A proposta dessa apresentação é estimular o resgate de jogos expressivos e brincadeiras musicais da cultura brasileira, relacionando-os ao Dia do Saci.

SERVIÇO
Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
Avenida Paulista, 37
Tel.: (11) 3285.6986
www.casadasrosas-sp.org.br

Horário de funcionamento
De terça-feira a sexta-feira, 10h às 22h
Sábados e domingos, 10h às 18h (passível de alteração, de acordo com a programação).
Convênio com o estacionamento Patropi: Alameda Santos, 74

Dúvidas, críticas e sugestões: contato.cr@poiesis.org.br

Data da temporada: De 31/10/09 a 01/11/09

Dias e horários:

Sábado, 19:00

E é isso, meus caros. Abraços, até sábado!

sábado, 17 de outubro de 2009

Divulgação: Terrozine 14, organização de Ademir Pascale

Saiu a última edição da Terrorzine, a revista virtual mensal de minicontos de horror. Além das excelentes histórias, três entrevistas (L.F. Riesemberg, Daniel Pedrosa e Albarus Andreos). Baixe a sua gratuitamente no link abaixo, vale muito à pena!

http://www.cranik.com/terrorzine14.pdf

Abraços, boa leitura.

Divulgação: Pacto de Monstros


O amigo e colega escritor Duda Falcão, que participou comigo nos livros Invasão e Draculea, está participando de outro livro: Pacto de Monstros, da editora Multifoco. O lançamento será dia 24 de outubro, no Rio de Janeiro (quem for da cidade, não perca!). Mais detalhes no convite abaixo:

Obs. Refaço a sugestão para que visitem o blog Museu do Terror, do escritor supra-citado. Os últimos contos postados são simplesmente fenomenais!

RUA DO TERROR, de Júlio Emílio Braz


Eu estava lendo o blog do colega Victor Meloni, atrás de um de seus densos e misteriosos contos, quando me deparei com a resenha do livro Rua do Terror. Fiquei imediatamente com vontade de ler o livro, mas com ainda mais vontade de postar a crítica aqui na Biblioteca Mal-Assombrada. Para minha satisfação, Victor concordou (e ainda prometeu colaborar com mais resenhas, algo que vou cobrar, rs). Sem mais, fiquem com o excelente texto do Victor:

RUA DO TERROR

Estava eu "garimpando" sôfregamente a biblioteca municipal da minha aconchegante cidade, quando encontro uma pequeno exemplar, surrado pelo tempo, com o insinuante título "A Rua do Terror". Estava na seção infanto-juvenil (A ilha do Dr. Moreau, Frankstein (texto original!), Histórias Extraordinárias (Poe), e muitos outros clássicos do terror também estão nesta seção!!!) em ultimo lugar, na ultima prateleira! Pois bem, peguei-o e fui direto à quarta capa (mania inescapável, admito) e leio o seguinte, no último parágrafo: "Na melhor tradição, porém, de mestres como Poe e Lovecraft..." Opa!!! Pára tudo!!!! Será que eu havia lido mesmo o que li? Voei para a segunda capa!!! Num trecho, o autor escreve: "...tenho, além deste arrepiante grupinho de histórias de terror (ou será terrir?)...". Agora vocês devem estar se perguntando: Peraí!!! Na melhor tradição dos mestres e depois "será terrir?", no mesmo livro? Alguma coisa está muuuuuito errada!

Empurrado por ineludível curiosidade, corri para meu humilde lar e iniciei obsedada leitura do título que se encontrava em minhas ansiosas mãos. Pois bem, aqui vai a impressão deste que vos escreve, sobre as 88 páginas deste volume escrito em 1995, e que abarca 7 contos do universo fantástico:

Por onde andava este sujeito?!!!! Júlio Emílio Braz nos faz o favor de escrever 7 grandes histórias onde o terror clássico passeia elegantemente pelo gênero! A bem da verdade, seu estilo não lembra Poe, tampouco Lovecraft mas, e daí? Sim, e daí? Pois Júlio tem seu próprio estilo. Aquele que só os grandes escritores possuem. Uma peculiaridade que sinaliza o talento inato, a facilidade em usar as palavras para nos seduzir. Coisa de gente grande, não é mesmo? Fui pesquisar sobre o moço na web e descobri que esta foi, ao que me parece, a única obra em que o escritor mineiro perambulou pelo terreno do terror. Puxa vida! Que pena, se assim o for mesmo, pois poderíamos (os apaixonados pelo terror) regozijar ainda mais, caso encontrássemos mais exemplares, deste mestre desconhecido (?), no universo do medo. Bem, aqui vai a relação dos contos e uma brevíssima (quem ficou curioso, corre no estante virtual!!) introdução:

A Turma do Alfabeto: Um grupo de garotos inicia um flerte perigoso com o mundo da magia negra e acaba tendo uma experiência, digamos, perturbadora.

O Homem Velho: Pais insensíveis, mal-agradecidos e com o coração cheio de cruelade merecem o quê, na sua opinião? Pois, os desta história acabaram encontrando algo com uma fome inescrutável! Depois deste conto, todos os pais serão mais amorosos!

Carta para mamãe: Quem disse que já viu tudo sobre vampiros, é porque nunca pôs os olhos neste conto! Dá pra misturar crítica (séria) à relacionamentos familiares, e ainda construir uma história de vampiros das mais originais e sangrentas? Dá sim. Júlio Emilio, que o diga.

Coraçãozinho verde das estrelas: Esqueça Alien e Predador. Esqueça todo ET malvado que um dia você viu nos cinemas e nos livros. Posso estar exagerando, mas o bicho deste conto aqui é o mais insano que já pos os pés (?) neste planetinha infeliz. Ah, aqui, outra vez, Júlio faz uma bela crítica à valores familiares há muito esquecidos.

Bicho-papão: Que título mais besta, não é mesmo? Garanto, não é! Nas mãos de Júlio, o inferno que passávamos, quando crianças, nas mãos desta personagem idiossincrática ganha um novo conceito! O conto todo mescla passagens de tensão com humor, terminado de maneira surpreendente. O motivo do bicho, bem...Quando você ler, dará boas risadas e ficará esperto com armários e afins, muuuuito esperto.

A morada do Demônio Negro: Sabe o Bulling (é assim que escreve?), aquela prática antiga, na qual um garoto era pego "pra Cristo", na escola, e sofria horrores nas mãos de alguns valentões (ou seria covardões?). Física e moralmente? É isso aí! Aqui, o escritor navega nestas águas, oferecendo-nos uma viagem alucinada, na qual torcemos feito loucos para chegar logo ao final, só pra ver os "trogloditas" se fu...E eles se, e como!!! Outra vez, Julio nos faz pensar, aqui sobre as relações de poder e suas sequelas. Lembrei até de Ralph, Jack e porquinho, de O Senhor das Moscas....

Efeitos Colaterais: A industria farmacêuica é inescrupulosa, certo? Muito certo! Mas, toda a indústria? Bem, não sei, mas que alguns laboratórios não medem esforços para verem seus lucros se avultarem, isso é certo. Quem assitiu O Jardineriro Fiel, sabe do que estou falando. e aqui, Júlio nos coloca numa posição provocadora: Você lê a bula do remédio que toma? Já viu o "calhamaço" de efeitos colaterais de uma simples aspirina? A ganância de um farmacêutico, que se deixa seduzir pelos "incentivos" de um laboratório farmacêutico de reputação duvidosa acaba criando uma desgraça (literalmente) inominável. Os detalhes fornecidos pelo escritor chegam a "cheirar", para nossa infelicidade.

Bem, galera, é isso aí. Fiquei abobado com o talento deste escritor, que me fez roer as unhas, pensando, elucubrando: Pô, quando crescer quero escrever assim!!!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

HELL HOUSE - A CASA INFERNAL, de Richard Matheson


Para um fanático pelo horror, as palavras "Richard Matheson" e "A Casa Infernal" na capa de um livro equivalem às palavras "Whisky vinte anos" e "Grátis" na frente de um bar para um alcoólatra. Somos obrigados a parar tudo que estamos fazendo para descobrir imediatamente o que aquilo significa. "Quando a esmola é demais, o santo desconfia", então precisamos ter certeza se estamos vendo algo real ou não.

Felizmente é real. O clássico livro Hell House finalmente foi lançado no Brasil (pela editora Novo Século). Lançado nos EUA em 1971 (demorou só um pouquinho pra chegar aqui, como sempre), a obra conta a história da terceira excursão até a Mansão Belasco, a Casa Infernal. Considerada o Monte Everest das casas mal-assombradas, a mansão já foi palco de cenas dantescas de horror. Duas excursões anteriores tentaram desvendar os mistérios da casa, mas terminaram mal. Muito mal. Percebendo que sua vida está chegando ao fim, o milionário Rudolph (não é a rena de nariz vermelho) Deutsch contrata uma equipa para responder a pergunta que tortura sua mente: existe vida após a morte? Para responder tão simples questão, o velho manda quatro pessoas para passarem uma semana na Mansão Belasco, sob a promessa do pagamento de 100 mil dólares no final do experimento. Os coitad... digo, felizardos a aceitarem a missão são:

Dr. Lionel Barrel, especialista em parapsicologia. Cético e respeitável, o sujeito acredita que todos os fenômenos sobrenaturais possuem explicações lógicas e científicas (um padre Quevedo das antigas, por assim dizer); a proposta do velho Deutch é a grande chance de sua vida, pois poderá não só adquirir tranquilidade financeira, como também provar de vez por todas suas teorias.

Edith Barrel, a esposa do doutor. Frágil e não muito corajosa, a mulher preocupa-se imensamente com a saúde do marido, manco por causa da poliomielite. Sexualmente reprimida, Edith é a personagem que não entende (e por isso, teme) os fenômenos que irá presenciar. Portanto, ela representa os olhos do leitor dentro da casa infernal.

Florence Tanner, médium e ex-atriz. A bela mulher faz consultas mediúnicas e também vê como uma bela oportunidade a proposta do milionário. Recatada e crédula, Florence entra na mansão totalmente receptiva aos fenômenos ali presentes, acreditando desde o início que a casa está assombrada por espíritos. Essa atitude pode se revelar temerária, pois a deixará mais suscetível à influência nefasta do casarão.

Benjamin Fischer: considerado um dos maiores médiuns que já existiu, Fischer foi o único sobrevivente da excursão anterior à Mansão Belasco, de onde escapou por pouco. Agora uma mera sombra do que já foi, o médium aceita voltar à casa infernal pelo dinheiro envolvido, e também porque fechou sua mente para as forças psíquicas. Sua idéia é entrar na casa, morgar uma semana e depois embolsar a grana. No entanto, seu envolvimento com os outros personagens fará com que reveja suas atitudes.

Sim, a trama não parece muito diferente de outras histórias de casas mal-assombradas, como o clássico A Assombração da Casa da Colina, de Shirley Jackson (aguardem resenha futura). No entanto, estamos falando de um livro de Richard Matheson aqui. O grande Richard Matheson que escreveu a melhor história de vampiros de todos os tempos, chamada Eu sou a Lenda (estou falando do livro, não daquele filme porcaria que estragou tudo), além de episódios clássicos dos seriados Além da Imaginação e Star Trek. O cara escreve bem, e sua narrativa tem um ritmo perfeito: nem muito enrolado, nem muito rápido, a trama se desenrola com fluidez, revelando aos poucos os mistérios do casarão.

E que casarão! Ao contrário de outras casas do gênero, onde vemos no máximo uns vultos pelos cantos e ouvimos barulhos esquisitos, a Mansão Belasco tem a sutileza de um Cthulhu jantando com uma família de italianos. É arrepiante o momento que Edith pega um relatório sobre a casa e começa a ler os inúmeros fenômenos já observados ali dentro ("Adivinhação; alongamentos; aparições; automatismo motor; automatismo sensorial; autoscopia; batidas; bilocação..." e por aí vai). A casa não se contenta em apenas assustar ou influenciar. Se não forem tomadas as precauções necessárias, a casa mata. De fato, é a mansão mais violenta que já vi na literatura, mas não de uma forma apelativa ou exagerada, do tipo que lemos e pensamos "ah, tá". A Mansão Belasco convence. Vejam só o que Stephen King falou sobre o livro certa vez (palavras convenientemente colocadas na contra-capa, é claro):

"Hell House é o romance sobre casas mal-assombradas mais aterrorizante que já foi escrito. Destaca-se entre outras histórias do gênero como uma montanha no meio de uma planície".

Sim, meus caros, o livro assusta. Particularmente, acho que não assusta tanto quanto A Assombração da Casa da Colina, O Iluminado ou Horror em Amithiville (livro que Stephen King odeia), mas causa calafrios em diversas passagens, além de deixar uma sensação incômoda, que perdura.

A relação entre os personagens é bastante interessante e dinâmica, com discussões entre o Dr. Barrel e Florence Tanner, pelas diferenças filosóficas de ambos. As teorias do cientista já parecem datadas a essa altura, mas continuam coerentes e interessantes. Outras questões são levantadas durante a história, inclusive com manifestações e influências eróticas causadas pela casa, que teve um passado de devassidão e loucura.

O único ponto fraco é o desfecho, que me pareceu um tanto insatisfatório. Não é um final ruim, mas é algo que, na minha opinião, ficou aquém do restante do livro. Mas isso é meramente pessoal, e acho que a maioria das pessoas irá gostar. Que diabos, o final podia mostrar todos os personagens fazendo a dança do quadrado com os fantasmas, que isso não tiraria o brilho desse excelente romance de horror (tá bom, tá bom, eu exagerei. Mas vocês entenderam o que eu quis dizer, rs).

Enfim, Hell House é mais uma recomendação sem erro aqui da Biblioteca. Não é uma obra-prima como os livros que citei acima, mas é uma excelente entretenimento. Ah, também existe um filme baseado na obra, chamado A Casa da Noite Eterna. Ainda não vi, mas dizem que é ótimo.

Boa leitura.

domingo, 11 de outubro de 2009

Divulgação e Resenha: ANTOLOGIA DO ABSURDO, de Victor Meloni


Por fim, mais uma divulgação: o livro Antologia do Absurdo, de Victor Meloni (meu Deus, que capa legal!). Segue a resenha da obra, feita pela escritora gaúcha Rosa Mattos:

Queridos leitores e admiradores de contos fantásticos e apavorantes, não deixem de adquirir “Antologia do Absurdo”, de Victor Meloni.

Assim que foi lançado, tratei de garantir meu exemplar. Roam as unhas! hehehe Estou de posse de uma preciosidade. Já conhecia seus textos, mesmo assim fiz questão de comprar o livro, pois o prazer da leitura, aliada à textura do papel, aguça mais os sentidos.

Em Antologia do Absurdo, o autor apresenta seus contos talentosamente bem escritos e com uma arqueologia de detalhes, digna dos grandes mestres do gênero. Aqui vai um aviso: não se assustem com a povoação de vocábulos ricos em suas linhas, façam disso um desafio a mais, pois ao contrário de tornar o texto rebuscado, incita-nos a aprender palavras novas de nossa língua que é tão bela e miscigenada. E não é fascinante quando o autor, além de nos encantar, ainda nos proporciona ganhos inéditos?

Em cada história, o leitor mergulha em situações tenebrosas, tendo como pano de fundo as obscuridades que inundam a mente humana. A cada frase, um véu de sombras a ser descerrado.

O incentivo à leitura, passa pelo conteúdo eletrônico e também pelo bom e velho livro de papel. Recomendo Antologia do Absurdo, uma ou mais vezes por dia, em conta-gotas ou digeridas em um só gole. [rs]


Abaixo, o link do blog do autor, onde vocês poderão conhecer seus contos, e o endereço para compra do livro:

Boa leitura!

Divulgação: UM SALTO NA ESCURIDÃO, de Henry Evaristo


Mais um livro divulgado em minha humilde biblioteca. Dessa vez, o primeiro livro de Henry Evaristo, um escritor de talento extremo e elegante. Suas narrativas seguem a linha clássica (acho que ele e o Riesemberg teriam muito o que conversar, caso se encontrassem), com contos recheados daquela atmosfera bela e sinistra. Quem quiser conhecer seu trabalho antes de comprar, basta clicar abaixo:
Para saber mais sobre o livro (inclusive como adquirí-lo), basta clicar em um dos links abaixo. Depois, segue a sinopse feita por Victor Meloni.

"Histórias fantásticas representam um gênero literário tão antigo quanto o próprio ser - humano. Das lendas, dos mitos, do folclore e das tradições orais, os escritores retiram o vasto material a criar todo um universo irreal, sobrenatural. Daí, tem-se a receita indispensável para a construção de uma literatura que dá asas a nossa imaginação, onde casas mal-assombradas, criaturas nefandas, indivíduos perturbados, e toda uma gama de personagens insólitas, nos fazem dormir assustados, perscrutando os cantos escuros, nos cobrindo da cabeça aos pés com nossos ignóbeis lençóis. Alguns escritores fazem isto com tamanha propriedade, nos levam à recantos tão assustadores, que ficamos a pensar seriamente se tais indivíduos não estão realmente nos relatando a verdade. Se não estão nos apresentando uma história verídica, por isso tão cruciante. Sabemos que há muito estes gênios nos deixaram, e atualmente é raro o autor que consegue nos afligir com suas linhas. Aliás, é raríssimo, em se tratando de autores contemporâneos. Mas, existe uma luz ao final do túnel. E esta atende por Henry Evaristo! A maestria com que este escreve é algo que só vemos nos grandes mestres da Litfan, especialmente no terreno do medo. Os contos de terror de Henry Evaristo nos levam a um passeio lancinante, a uma dimensão de imperscrutável incômodo, um terreno cujo solo está apinhado de criaturas sibilinas, prontas a nos obsedar. Seus textos estão a todo instante entenebrecendo nosso ditame, nos mostrando, com o apetite edaz que só as linhas dos maiores é capaz, um mundo vertiginoso. Depois de ler Henry Evaristo, você nunca mais olhará a escuridão da mesma forma, uma vez que é abismal a sua capacidade de exprimir o desespero do homem diante do absurdo, que sussurra aos seus ouvidos: Hei! Você sabe onde está pisando?"

Pra fechar, uma entrevista com o autor sobre o lançamento do livro:

Entrevista

Abraços, boa leitura.

Divulgação: EMPADAS E MORTES, de M.D. Amado (E-Book gratuito)


Olá! Mais uma divulgação aqui na Biblioteca, dessa vez do E-Book Empadas e Mortes, de M.D. Amado. Já li alguns contos e achei excelente! São narrativas curtas, muitas vezes misturando terror com o mais puro sarcasmo. Mais tarde faço uma resenha, mas por enquanto fica a sugestão de leitura. Basta clicar no link abaixo e baixar o seu:

http://www.mdamado.com.br/ebook-empadas-e-mortes.html


Segue a sinopse oficial (e um trailer do youtube). Boa leitura!

Terror, medo, sarcasmo e o mais refinado humor negro. É isto o que você vai encontrar nas páginas (eletrônicas) deste livro. Recheado com os melhores textos deste prolífico autor mineiro, “Empadas e Mortes” já nasce ousado, trazendo na sua concepção de e-book um conceito de novidade, de frescor, para a literatura de terror nacional.

“Empadas e Mortes” apresenta dezessete excelentes contos, começando com o denso “Não Fuja Mais”, narrativa que nos faz recordar os textos melancólicos de Augusto dos Anjos, até “Mortos não comem Empadas”, que empresta parte de seu nome à obra e cujo humor negro é de uma afinação única.

Ao longo deste livro, M. D. Amado constrói um universo todo particular, onde vida e morte nem sempre se apresentam como sintomas de bem e mal, de certo ou errado. Muitas vezes, a morte (ou a não-vida) é a melhor saída."

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CRASH, de J.G. Ballard


É um pouco difícil escrever sobre Crash, de J.G. Ballard, portanto vou usar um recurso diferente ao começar esta resenha. Vou pedir para que você imagine um acidente automobilístico. Não a hora da batida, mas o depois, quando um bando de pessoas fica em volta das ferragens, observando os destroços, os feridos e os corpos estirados. Talvez você mesmo já tenha feito parte de um desses curiosos. Ou mesmo que não tenha chegado a tanto, deve ter ao menos diminuído a velocidade do seu carro ao passar próximo de um acidente e dado uma olhadinha.


O que leva as pessoas a isso? Qual o motivo desta curiosidade mórbida em ver um carro transformado em aço retorcido e pessoas mutiladas? Talvez a reação do observador seja um misto de excitação — por estar diante de algo chocante — com nojo e espanto: os três mesmos adjetivos empregados como reação à leitura de Crash.


Clássico da literatura underground, mas que só fui conhecer depois da adaptação ao cinema dirigida por David Cronenberg em 1996, o romance já é bizarro em suas primeiras páginas, ao descrever a estranha relação entre o narrador (que possui o mesmo nome do autor da obra, James Ballard) e sua esposa Catherine — um casal de classe social alta, sem filhos, que já experimentou todos os jogos sexuais para se excitarem e agora ficam contando um ao outro as relações extra-conjugais, a fim de ficarem em ponto de bala.


Depois de mais um encontro com a atual amante, o protagonista está dirigindo seu carro e sofre um grave acidente na auto-estrada, colidindo frontalmente com outro automóvel. O choque mata o motorista do outro carro e deixa James durante semanas em um hospital. Lá, ele passará por uma estranha transformação, pois aparentemente James já tinha problemas psicológicos antes do acidente, e aquele convívio direto com a dor em seus ferimentos, com o cheiro do ambiente hospitalar, com os curativos, enfermeiras e com as mortes ao seu redor parece ser uma complementação da transformação que se iniciou já durante a batida, quando peças do carro penetraram seu corpo.


Durante essa internação James percebe a presença constante de um sujeito misterioso, coberto de cicatrizes por todo o corpo, que já havia tirado fotos no local do seu acidente e parece entrar no hospital vestido de médico apenas para poder fotografar as pessoas acidentadas. Antes de receber alta, o protagonista descobre que o relato de seu acidente chega a excitar a esposa quando esta o visita, e a sua próxima amante será justamente a viúva do sujeito morto na colisão, que sobreviveu à batida. É neste crescendo de sexo em meio a batidas de carro que James finalmente conhecerá a figura de Vaugahn, o cara misterioso das fotografias: um ex-cientista que descobriu os prazeres dos acidentes automobilísticos, e que possui um séquito de seguidores que se excitam com colisões, com vítimas sendo retiradas das ferragens de um acidente e até com as próteses usadas por acidentados.


É doentio? Sem dúvidas, mas hoje em dia é natural ver gente que se excita com alta velocidade, com carrões turbinados e com sexo dentro de automóveis. Parece que J.G. Ballard simplesmente imaginou um futuro para essa relação entre homens e máquinas, e apimentou esse namoro, acrescentando sadomasoquismo na mistura. O resultado é esse romance que pode parecer muito indigesto para o leitor despreparado, que se assustará com as descrições detalhadas de órgãos genitais mutilados por partes de automóveis, e o fascínio que essas coisas exercem sobre as personagens.


Cronenberg fez um ótimo trabalho de adaptação ao transportar a obra ao cinema, mas tomou certas liberdades artísticas que deixaram a coisa ainda mais estranha. Por exemplo, a Catherine do filme é praticamente um réptil, sem emoções, sendo que no livro ela é muito mais humana e interessante. E no filme também foi eliminado aquele que é o ponto-chave da história: a meta de Vaughan em realizar sua maior fantasia sexual, que é a de envolver-se em um acidente com a atriz Elizabeth Taylor. Para compensar, Cronenberg criou cenas que não estão nas páginas da obra, como uma re-encenação bastante realista do acidente que vitimou James Dean para uma plateia.


Nesta panela entra, portanto, a questão de um futuro nada promissor para essa nossa geração aficionada por máquinas e por celebridades. Podemos dizer, então, que Crash é uma espécie de ficção científica psicológica, imaginando não o futuro dos desenvolvimentos tecnológicos, mas o caráter das perversões sexuais do amanhã, já que hoje a sociedade dá pistas de que isso pode realmente acontecer.


Pensem comigo: para muita gente, a masculinidade é medida pelo tamanho do carro que o cara possui. Todos os detalhes dos automóveis caros causam mais excitação em algumas pessoas do que um corpo saudável. As feiras de automóveis colocam sempre uma linda jovem com roupas sensuais ao lado dos veículos mais potentes, como se uma coisa estivesse totalmente ligada à outra. E estamos falando de um livro publicado em 1973, quando ainda era mais inocente esta fascinação pelos carros e pelas celebridades. Hoje em dia a produção automobilística é muito maior, e muito mais pessoas têm os carros a seu alcance, o que não deixa de ser assustador, depois da leitura deste livro. Salvo as diferenças entre os romances, Vaughan é um psicopata que lembra muito o Hannibal Lecter: inteligente, culto e com um gosto muito particular. Mas enquanto o terapeuta de O Silêncio dos Inocentes se deliciava ao saborear carne humana, o cientista de Crash é tarado por mulheres (ou homens, já que é bissexual) sendo penetrados pelo eixo da direção de um carro, durante um acidente. E eu não gostaria de encontrar um cara como ele pelo meu caminho.


Há um longo trecho, por exemplo, que de tão grotesco chega a ser atraente, quando o narrador descreve os atributos de determinada personagem que mais lhe causam excitação. Claro que não estamos falando de seios avantajados, ou de um belo par de pernas: o que o fascina são as próteses, as cicatrizes e o andar todo entrevado da moça, depois de sofrer repetidas colisões automobilísticas. Praticamente todas as cenas de sexo do livro acontecem dentro de carros, e elas são descritas com detalhes ultra-realistas, como a presença do muco anal e do cheiro de esperma seco que fica infestando o interior do automóvel.


Crash é uma literatura típica underground, no estilo dos livros de Chuck Palanhiuk (Clube da Luta), e não é recomendado para quem gosta de acompanhar uma história linear e fácil. Já nas primeiras páginas Ballard entrega que Vaugahn morre em um acidente com Elizabeth Taylor, sem conseguir alcançar seu maior objetivo, que era causar a morte da atriz. Mas para não te deixar desmotivado a ler a obra, aviso que o final é diferente do apresentado por Cronenberg — e apesar disso, conhecendo-o fica mais fácil compreender a intrigante conclusão daquele filme.


L.F. Riesemberg

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Divulgação: A Lenda do Corpo Seco, de Mariângela Padilha (Me Morte)


A colega Me Morte, que me ajudou a organizar o Concurso Escritores de Terror, acaba de lançar seu livro solo (ehh, esses meus amigos estão todos me passando a perna!). Segue a resenha oficial da obra, que pode ser adquirida aqui (versão impressa ou virtual). Boa leitura!

"Ao descobrir um grande segredo de sua mãe, Teodorinho passou a nutrir muito ódio por ela. Sr. João, o pai, sem saber de tal segredo, a defendia de todas as formas dos maus tratos do filho. Mas um dia, Dona Carmem, talvez por remorso por seu segredo e ao saber do ódio que seu filho alimentava por ela, acabou revelando ao esposo toda a verdade, perdendo a vida logo em seguida.
Possuidor de uma maldição, Teodorinho passou a ser conhecido como Corpo Seco, um monstro que odiava a própria mãe e devorava animais para sobreviver.
Para que ele voltasse a ser uma pessoa normal era preciso que perdoasse a genitora, mas parece que somente uma pessoa poderia ajudá-lo a fazer isso...
Tia Maria, a mulher mais amada pelas crianças do orfanato Santa Marta.
Será que a Tia Maria conseguirá ajudar Teodorinho a se livrar da maldição do Corpo Seco?
A lenda do Corpo Seco está longe de ser apenas uma historinha de terror, é muito mais que isso.
Em A lenda do Corpo Seco, Mariângela Padilha (Me Morte) deixa bem claro o descaso que muitos pais têm por seus filhos, colocando em questão a indiferença da Sociedade diante daquilo que é visto apenas como um problema social.
Grande defensora das crianças, Mariângela Padilha (Me Morte) está sempre lutando, através de meios de comunicação, contra a pedofilia e os maus tratos cometidos contra elas."

Paulinho Dhi Andrade

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O VAMPIRO DA MATA ATLÂNTICA, de Martha Argel


O Vampiro da Mata Atlântica (Idea Editora, 2009) é a mais nova pérola que Martha Argel oferece de presente aos fãs do horror. Uma leitura rápida e ágil, difícil de largar antes do fim (eu precisei fazer isso duas vezes, muito à contra-gosto, rs).

O livro narra as desventuras de uma dupla de biólogos, Xavier Damasceno e Júlio Levereaux, que precisam realizar um trabalho num trecho da floresta citada no título. Lá chegando, eles se deparam com uma criatura inesperada, um sangue-suga muito mais perigoso que os malditos pernilongos que os atormentam.

Há muitos pontos elogiáveis no livro, então vamos nos ater a alguns deles: o fato de fixar a trama em dois personagens abre espaço para um sensação de solidão e desespero, com os dois biólogos (que não se dão lá muito bem) sozinhos contra uma força sobrenatural e difícil de compreender. Os dois personagens são bem aprofundados e realistas, sendo Xavier o herói relutante e Júlio um adorável manipulador. A relação entre eles é bastante interessante.

Os diálogos são um espetáculo à parte, pois Martha Argel sabe como ninguém construir diálogos que soam com naturalidade. Muitos escritores dizem que os diálogos são a parte mais difícil da escrita; não sei se a autora de O Vampiro da Mata Atlântica concorda com isso, só sei que ela domina essa arte com excelência. Tem um diálogo em particular que me fez soltar gargalhadas altas e incontroláveis (não apenas a conversa, toda a situação), mas isso é algo que não posso contar com detalhes.

O vilão da história é um vampiro sem muita finesse, por assim dizer: um predador cruel, imundo e mais feio que o demo. Como diria a genial frase da campanha publicitária, fazendo menção às fãs da série Crepúsculo: "Esse aqui você não iria querer como namorado". :)

Outro ponto interessante (na verdade, o grande diferencial da obra) é o realismo das atividades realizadas pelos personagens. Sendo uma bióloga de campo experiente, Martha Argel revelou que estava cansada de ler livros que se passavam na selva, mas que deixavam evidente a falta de conhecimento dos autores sobre o assunto. Podemos ficar tranquilos nesse ponto, pois detalhes fascinantes sobre a biologia de campo são mostrados no decorrer da história, com informações sobre a vida dos animais, plantas, ecossistema, etc. Tais informações estão bem integradas à trama, sem didatismo (imagine um livro do Michael Crichton com todos aqueles incríveis detalhes técnicos, mas sem a ocasional enrolação).

Resumindo, O Vampiro da Mata Atlântica é um livro ágil, divertido, interessante e tenso. Se você se interessa não apenas pelo horror, mas também por assuntos relacionados com a vida selvagem, este é o livro certo para você. Mas é claro, quem se interessa apenas pelo terror não ficará decepcionado. Não mesmo.

Se ainda duvida que a escrita da Martha Argel seja tudo isso que estou falando, clique aqui e leia um de seus contos. É o suficiente para dissipar qualquer ceticismo da sua parte, garanto.

E por enquanto é isso. Boa leitura e abraços!

Divulgação: GRAFIAS NOTURNAS, de L.F.Riesemberg


Pessoal, nosso talentoso amigo L.F.Riesemberg, costumeiro colaborador da Biblioteca Mal-Assombrada, acaba de lançar seu primeiro livro, chamado Grafias Noturnas. Quem já leu algum conto do rapaz sabe que ele escreve muitíssimo bem. Riesemberg escreve terror clássico, literalmente de classe. Duvida? Aqui vai o link para um de seus contos, que tirou segundo lugar no concurso que realizei há alguns meses (de fato, vários contos da obra já foram premiados em diversos concursos. Coisa fina!):

O Guarda-Chuva


Já leu? Pois bem, depois dessa prova irrefutável de qualidade, só lhe resta comprar o livro, meu caro! A obra pode ser adquirida no seguinte site, nos formatos impresso e virtual:

Seven Virtual Book

Sem mais, deixo vocês com a sinopse oficial da obra. Ah, mais informações sobre o livro podem ser conferidas no blog do autor e nessa entrevista concedida ao grande Ademir Pascale. Um abraço, aguardem a resenha do livro aqui na Biblioteca para breve!

"Os portais do Inferno, que permaneceram fechados por milênios, finalmente se abrem: criaturas horrendas e perigosas são libertas na Terra, ansiosas para promover o caos e levar os humanos à própria destruição. É com essa premissa que Grafias Noturnas apresenta 21 contos fantásticos, onde cada um traz uma história sobre pessoas comuns tendo que conviver com inimigos poderosos e invisíveis, sendo eles um fantasma vingativo, uma epidemia mortífera ou até mesmo a própria ambição humana.

O autor, L.F. Riesemberg, selecionou com muito critério seus melhores contos produzidos durante toda a sua vida, dentre os quais muitos que venceram concursos literários de nível internacional. A maior inspiração para a obra veio de escritores renomados da Literatura Fantástica, como Ray Bradbury (Farenheit 451), Roald Dahl (Beijo Com Beijo), Richard Matheson (Eu Sou a Lenda) e J.G. Ballard (Crash), mas não faltam as homenagens ao cinema, principalmente aos filmes B dos anos 70 e 80, nem às clássicas séries de horror e fantasia, como Além da Imaginação e Amazing Stories, e nem ao bom e velho rock n’ roll.

Entre os contos presentes está Eu Não Matei Charles Bronson, sobre um jovem de classe média que, após ser vítima de um assalto, passa a incorporar a personagem de um justiceiro dos filmes policiais e sai noite afora em uma jornada sangrenta atrás dos bandidos, revelando-se ainda mais cruel que os criminosos. Sua leitura pode ser interpretada como uma ironia fina relacionada à violência da televisão e seus efeitos sobre o público: afinal, quem sabe onde está a fronteira entre o real e aquilo que assistimos na tela da TV?

Em A Lei de Lavoisier (Aplicada à Arte), um escritor fracassado descobre uma forma infalível para plagiar livros de sucesso sem que o desmascarem — mas não percebe que isso pode trazer problemas de proporções catastróficas para a humanidade. Esta fábula trata-se de uma alegoria sobre o competitivo mercado editorial. Mas Grafias Noturnas também tem espaço para a sutileza e a esperança no Bem, como em Meu Herói: história de um menino que acredita ter sido Jesus Cristo um verdadeiro detentor de super-poderes, precursor de todos os super-heróis dos quadrinhos. O suave A Visão é sobre a amizade entre um adolescente cego e um garoto muito especial. O que difere a obra de outros livros de terror da atualidade é a capacidade de se fazer analogias com temas reais, lançando um olhar sobre diversos assuntos sérios que envolvem a alma humana, mas sem esquecer dois pontos: entreter o leitor e usar o sobrenatural e o insólito como ponto recorrente em todas as histórias. “Não quero apenas contar histórias de horror ou suspense: quero também expor minha visão sobre o mundo”, diz Riesemberg.

Recheado de antíteses, Grafias Noturnas é assim: como a vida, traz momentos de medo e outros de tranquilidade, há contos macabros, e outros que mostram que ainda resta a fé no ser humano. De acordo com o autor, as histórias foram criadas como uma tentativa de se mostrar a complexidade do Universo, tão grande e misterioso, mas ao mesmo tempo tão simples e belo: as mesmas características que podem ser aplicadas a nós, os mortais.

O livro foi publicado pela editora Biblioteca24x7, e pode ser adquirido de forma impressa ou virtual através do site www.biblioteca24x7.com.br

Segue abaixo o texto da contra-capa:

Abrem-se as portas do Inferno, e criaturas hediondas são liberadas na Terra para promover o caos e confundir os humanos. Assim têm início as histórias de Grafias Noturnas.

Um pequeno objeto descoberto enterrado no jardim pode levar o mundo a um colapso. Distintos cavalheiros do século XIX resolvem pregar uma peça no amigo, com consequencias funestas. Um escritor encontra uma forma infalível para que não percebam que suas obras são, na verdade, plágios. Um jovem que, de tão obcecado pelos filmes violentos que assiste, resolve incorporar a persona de Charles Bronson e fazer justiça com as próprias mãos.

Relatos de pessoas comuns que se deparam com uma passagem para outro mundo: uma região além de onde a mente humana já conseguiu chegar.

Grafias Noturnas é uma coletânea de 21 contos fantásticos, que passeiam entre o natural e o sobrenatural, o amanhecer e o crepúsculo, conversando com Deus e com o Diabo, e remetendo a canções de ninar e a perversas maldições.

Sobre o autor:

Luiz Fernando Riesemberg, nascido em 1980, mora em São Mateus do Sul, no interior do Paraná. Formado em Jornalismo e em Letras, trabalha como redator de um periódico em sua cidade natal e escreve contos desde 2003. Vários concursos literários de nível internacional já premiaram seus textos."

Contato com o autor: luizrie@hotmail.com

Dicas Virtuais

Mais algumas dicas interessantes para quem deseja ler horror de qualidade na internet:

A Fanzine Juvenatrix é uma das mais antigas em circulação, atualmente apenas em formato virtual. Essa longevidade se deve à qualidade do material, sempre trazendo contos de qualidade de autores conhecidos no meio (e não falo isso por publicar lá de vez em quando, rsrs), além de matérias interessantíssimas sobre filmes, seriados, bandas de Heavy Metal e outros assuntos relevantes. São matérias extensas e profundas, cada fanzine trás horas de diversão para os aficionados. Portanto, se você ainda não conhece, basta mandar um e-mail para o pai da criança, Renato Rosatti, e informar que deseja receber o fanzine no seu e-mail. O endereço do Renato é:

Outra dica é a leitura da nova coluna Cavernas e Dragões, do site Sedentário Hiperativo. Escrita pelo autor Raphael Draccon, a coluna vai abordar temas que vão do horror à fantasia. Considerando a qualidade desta primeira matéria (que fala sobre as diferenças entre quatro famosos escritores de terror e fantasia), creio que devemos acompanhar os escritos do senhor Draccon com atenção. A coluna pode ser lida aqui.

Abraços, boa leitura!

sábado, 3 de outubro de 2009

Nova participação literária! Dessa vez, no livro Galeria do Sobrenatural!



Amigos, tenho a honra e a alegria de informar que estou participando de uma nova antologia literária! O livro Galeria do Sobrenatural - Jornadas Além da Imaginação (Terracota Editora, organização de Silvio Alexandre).

A coletânea reúne histórias com uma pitada do seriado Além da Imaginação (quem assistiu não esquece). E olha os autores estão participando do livro! Giulia Moon, Miguel Carqueija, Bráulio Tavares, Octávio Aragão, Regina Drummond e mais alguns autores conhecidos junto de iniciantes de talento. Uma verdadeira delícia literária, podem estar certos disso!

Minha contribuição se chama "Um Estranho Incidente Noturno", e foi a primeira história de horror que escrevi na vida, baseada em um pesadelo muito realista que me fez acordar suando. A primeira versão era muito arrastada, tinha mais de 10 páginas de enrolação. Agora o conto está mais enxuto e muuito melhor. Podem ter certeza, vocês ficarão arrepiados!

O lançamento será realizado dia 31 de Outubro (DIA DAS BRUXAS!!!), um sábado, na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, número 509. O evento começa às 15:00 e vai até 18:30. No evento, será apresentado o primeiro episódio do Seriado Além da Imaginação, grande inspirador da obra. Mais detalhes aqui.

Ah propósito, nesse lançamento eu vou. Nos anteriores não pude ir, mas esse eu não perco por nada (bom, só se tiver um imprevisto muuuito grande, mas do contrário, estarei lá). Então, quem for paulista e tiver curiosidade de conhecer este que vos fala, além de uma porção de escritores famosos, é só comparecer na data marcada!

E por enquanto é isso. Abraços!

Divulgação: Lançamento da Revista LAMA


Boas novas para os fãs da literatura fantástica! Dia 07 de outubro, em Curitiba, será realizado o lançamento de uma revista Pulp chamada LAMA, com histórias de suspense, terror e fantasia. Entre os escritores presentes nessa edição, estão Martha Argel, Giulia Moon e mais uma galera que não conheço, mas se estão publicando junto com as duas autoras já citadas, é certeza que escrevem bem.

Enfim, mais detalhes sobre a obra e o lançamento nos seguintes links:

Blog da Martha

www.revistalama.com.br

Quer for de Curitiba não pode perder! Abraços!

Lançamentos de Livros.

Olá! Desculpem o sumiço, a vida aqui anda meio atribulada. Vou tentar atualizar com coisas mais palpáveis. Estou devendo um conto novo faz tempo, não? Bem, vou resolver a situação logo logo. Por enquanto, vou deixar aqui os links para a cobertura do lançamento de dois livros que estou participando:

DRACULEA - O Livro Secreto dos Vampiros - O lançamento foi realizado no dia 22 de agosto (eu sei, eu sei, cobertura extremamente atrasada da minha parte, rs), no Bardo Batata. Conforme vocês poderão observar pelas fotos, o evento - bastante movimentado - contou com presenças ilustres da literatura de horror. Quem não foi, perdeu (eu incluso, arghhh!!!)

Lançamento Draculea

Mais fotos lançamento Draculea


ALTEREGO - Lançamento realizado no dia 27 de Setembro, na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista. Outro evento de sucesso, inclusive com livros esgotando durante a festa (foi preciso buscar mais). Até o momento, este livro é o maior sucesso da Terracota Editora. Fotos podem ser vistas no link abaixo:

Lançamento Alterego

E é isso. Aguardem mais novidades para hoje!