sábado, 16 de janeiro de 2010

RAÇA DA NOITE, de Clive Barker


Clive Barker é um nome bastante conhecido por aqueles que gostam do assunto deste blog. Na literatura, é famoso pela obra Os Livros de Sangue, e no cinema, por ter criado a série Hellraiser (roteirizando e dirigindo o primeiro filme) e o personagem Candyman. Quando começou sua carreira literária, recebeu o seguinte elogio do mestre Stephen King: "Eu vi o futuro do horror, e seu nome é Clive Barker". Embora a previsão não tenha se revelado das mais acertadas, a qualidade da obra do autor é indiscutível. De fato, estava faltando algo dele por aqui, então vamos remediar isso falando daquele que, talvez, seja o livro mais acessível para quem ainda não conhece o escritor.

Raça da Noite (Editora Civilização Brasileira) conquista logo nas primeiras linhas, que dão o tom de romance e mistério que permeia toda a obra: "De todas as promessas precipitadas feitas de madrugada, em nome do amor, Boone sabia que nenhuma era mais certa de ser quebrada do que "Nunca te deixarei". O personagem Boone não é do tipo que todos fazem questão de convidar para as festas, por assim dizer; sorumbático e cabisbaixo, carrega uma culpa difícil demais para suportar. Assim, ao afastar-se da garota que ama (Lori), Boone acaba encontrando um terrível destino sob a influência de Decker, o vião... porém, a morte não é o final da jornada de Boone, que continuará sua busca por Midian, a mítica cidade daqueles que estão acima da vida e da morte.

Li o livro faz muitos anos (o que me impede de fazer uma resenha mais detalhada), mas ainda lembro do efeito que ele causou. Barker é famoso por tratar o grotesco com delicadeza, por juntar o erótico com o atroz. Raça da Noite pode ser definido como um livro de amor e horror, numa mistura agridoce que funciona como poucos livros do gênero. Boone, o típico herói caladão, consegue a empatia do leitor logo de cara, assim como a feminina e corajosa Lori, que enfrenta seus medos para ir atrás do amado. A necrópole de Midian é um personagem em si, com horrendos habitantes que interagem com Boone de maneira pacífica, fazendo com que a obra flerte também com a fantasia (algo recorrente na obra de Clive Barker).

Raça da Noite não tem o objetivo de causar medo, mas sim emoção, tensão, nojo e ternura. Características paradoxais que convivem em paz durante a trama, algo que somente um autor de talento consegue transmitir.

Boa leitura.

4 comentários:

  1. Não conhecia esse livro. Do Barker eu li um dos Livros de sangue e gostei bastante. Tenho uma Hq do Hellraiser é muito boa. Vi um ou outro filme dele que não tem a mesma fama do Hellraiser e são bem ruins. Realmente ele despontou como um autor promissor e divide bons e maus momentos na escrita de suas obras e produções cinematográficas. Um abraço!

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  2. Estou lendo esse livro agora e estou adorando. Cara, me amarrei no teu blog. Vou te seguir. Dá uma passada lá no meu depois. Abs.

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